Paradoxo Jovem #17 Série Pecados Capitais #1 - Vaidade



Bom dia, boa tarde, boa noite! Espero que esta seja a melhor Quinta-feira de sua vida inteira! A partir de hoje iniciaremos uma série sobre os sete pecados capitais. E iniciaremos nossa conversa com a vaidade, que em outras versões desta lista aparece como soberba ou orgulho. 
A Mitologia grega pode nos ajudar um pouco a entender mais sobre este conceito. Ela nos conta a respeito de um cidadão chamado Narciso. Ele era tão apaixonado pela sua imagem, que morreu de fome por permanecer admirando sua imagem refletida na água.






Desta história da mitologia surgiu o narcisismo que é a preocupação doentia com sua imagem. Uma grande questão sobre a vaidade é que ela preza, assim como Narciso, a imagem refletida não mais em espelhos d´água, mas nas redes sociais, fotografias e mídias digitais por aí. A impressão que podemos ter é a de que tudo o que fazemos tem o objetivo de ganhar "Likes" no Instagram ou no Pinterest. 

Uma coisa é você gostar de se arrumar e estar apresentável por onde andar, outra coisa é viver em função da criação de uma imagem para que os outros possam enxergar um outro você.

Um sintoma simples desta neurose com relação à imagem vem através da pergunta? Quantas vezes você publicou a primeira selfie que você tirou? A grande maioria vai tirar 30 fotos para publicar uma,e qual é razão disso? Queremos parecer melhores do que realmente somos para o mundo virtual..




Queremos ser vistos, queremos ser invejados, queremos ser... idolatrados. Este é o lado doentio e sombrio da vaidade. A vaidade leva a uma escravidão à imagem que impede a pessoa de ter uma vida normal. Tudo passa a ser calculado a partir desta imagem. Os recursos pessoais são investidos todos para a manutenção desta imagem. Qual seria outra explicação humanamente racional para as filas nas lojas da Apple para comprar o último modelo do Iphone? Qual é a glória em ser o primeiro a conseguir um telefone que seis horas mais tarde estará disponível para o público em geral? Amor pela tecnologia? Fidelidade à filosofia de Steve Jobs? Ou pura e simples ostentação para os amigos? 





Como explicar o sucesso do conceito de OUTLET? Onde os brasileiros que vão ao exterior gastar milhares e milhares de dólares para comprar roupas de coleções passadas que os americanos já não querem mais? Aliás, quando circulamos nos EUA fora do circuito para os turistas, dificilmente veremos um americano usando as roupas das marcas que os brasileiros amam. As marcas são mais que vestir, são uma espécie de status social que coloca quem as usa em situação de superioridade em relação a quem não usa. Esta mentalidade é poderosa com os jovens e adolescentes que incorporam isso e passam a investir muito para poderem acompanhar as "tendências" desta moda, que mudam toda a hora justamente para ser impossível estar sempre antenado no que for mais recente no mundo da moda.






Saindo da vaidade com a casca que é o que vestimos, não podemos deixar de mencionar a vaidade com o corpo, tratamos um pouco a respeito disso em nosso post sobre a ditadura da beleza, onde muito mais do que o argumento de manter a saúde, é mostrar que o seu corpo é melhor e mais bonito que o da sua amiga ou do seu amigo. Malhar se torna um vício que já possui até nome, VIGOREXIA que é similar a anorexia. Para o vigoréxico, seu corpo nunca está sarado o suficiente. Mais uma vez, qual é o propósito de ter aquele abdômen sarado, aquelas pernas duras, coxas grossas e músculos tonificados? Na maioria dos casos é mostrar que através de sua dedicação e sacrifício, você conseguiu aquilo que os restante da sociedade, que é preguiçosa, sem foco, sem objetivos, ou seja fracassados não conseguem... Mas será que a obtenção do padrão de beleza da sociedade é o alvo e a meta da grande parte desta mesma sociedade?





Se você quer e pode passar horas na academia todos os dias malhando, ótimo, muito legal, tudo certo. Agora pensar que aqueles que não fazem isso são piores que você porque estão gordos, feios, etc, etc,etc são sintomas claros de narcisismo e vaidade doentia. Você entende onde quero chegar? Enquanto você fizer algo, qualquer coisa porque você gosta desta coisa está tudo certo. A partir do momento que seu alvo não é mais o seu próprio bem estar e satisfação, mas seu objetivo é mostrar aos outros como você é superior a elas pela roupa que usa ou pelo corpo que conquistou, é exatamente aí que está o problema. 

Conceitos como metrosexual, urbesexual e tantos outros servem para justificar a vaidade como algo válido em nossa sociedade. Porém a vaidade excessiva tem criado gerações de homens e mulheres que já não sabem mais seu papel dentro do casamento e trazido muitos problemas. Homens extremamente femininos e mulheres masculinas colocam masculinidade e feminilidade em uma linha muito tênue que tem causado muita confusão em nossos dias.

É muito bom que um sábio que viveu cerca de 3000 mil anos atrás tenha refletido muito sobre a vaidade, pois ao final de uma vida próspera com tudo aquilo que achamos que seria hoje sucesso, ele entendeu que não são essas coisas as mais importantes para uma boa vida na terra. Este homem foi o rei Salomão e sua reflexão pode ser encontrada no livro de Provérbios e Eclesiastes de nossa bíblia. Ele nos disse:


Trabalhar com língua falsa para ajuntar tesouros é vaidade que conduz aqueles que buscam a morte. Provérbios 21:6


Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. Eclesiastes 1:14


Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; Provérbios 30


Porém, se o homem viver muitos anos, e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade. Eclesiastes 11:8 


Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade. Eclesiastes 5:10

Resumindo o que Salomão disse através do Espírito Santo, foi que não adianta nada passar a vida toda criando uma imagem para os outros, pois os efeitos do tempo chegarão para todos nós: a beleza exterior se acaba, os músculos tonificados e as curvas acabam mudando com a mudança do corpo. Quando se percebe isso, geralmente é tarde demais. Neste momento perceberemos que deveríamos ter investido nosso tempo e nossos recursos na melhora de nosso eu interior, pois o caráter, a honestidade, a bondade e todos os bons frutos que possamos colher, estes não envelhecem nunca e permaneceremos jovens quando formos agradáveis aqueles que estão a nossa volta.

Para terminar este texto e ele não ficar longo DEMAIS... a figura que abre nosso papo de hoje é a do filme: "O retrato de Dorian Gray", este um dos principais romances do escritor Oscar Wilde em 1890. Nele, o personagem principal permanece sempre jovem e lindo, devido a uma maldição que prendia sua alma a uma pintura de si mesmo. Toda a podridão de seu caráter era manifestado no quadro que mudava todas as vezes que Dorian fazia alguma coisa moralmente questionável. Enquanto seu eu exterior permanecia belo e jovem, a pintura que representava sua alma, apodrecia... As vezes tenho a impressão de que alguns autores do passado deram uma "espiadinha" em nosso tempo para então escrever seus textos...


Se você quer um antídoto para a vaidade, busque crescimento espiritual e invista no seu caráter... ele é muito mais importante que a roupa que você veste ou no corpo que você está moldando... seja semelhante ao nosso Mestre Jesus que nos ensinou o caminho pelo qual devemos andar.


A alegria do coração transparece no rosto, mas o coração angustiado oprime o espírito. Provérbios 15:13


Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós. Provérbios 27:19


Neste sentido, guarde seu coração da vaidade e seus dias na terra serão muito felizes! E isto não tem nada a ver com dinheiro, mas com paz de espírito! Leia sua bíblia e viva mais leve!

Abraços e até semana que vem!
Pastor Eduardo Medeiros

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